ARTISTA DE MIM

VOCÊ ENCONTRA DE TUDO NESTA GALERIA. DA VIDA DA ARTISTA À VIDA DA PRÓPRIA ARTE.
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terça-feira, 31 de julho de 2007

pelos coletivos

da janela dele se vê de tudo.
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fazendo sol, coloco o rosto pertinho da janela para respirar o cheirinho de mar por todo o percurso até o trabalho. chego lá com o rosto salgado.
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vejo a cara das pessoas nos pontos... pensando, esperando, cansadas, sentadas.
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entra vendedor, sai vendedor. entra pregador, grita Jesus isso, Jesus aquilo... tchau “brigada”, Jeová abençoe...
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entra mãe com 4 filhos e dois braços pra socorrer todo mundo, carregar sacolas de todos, passar na roleta, trocar dinheiro e ficar feliz porque está indo à praia.
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entra o entregador cheio de flores, desequilibrado. entra o boy, cheio de envelopes. entra a baiana cheia de cestos e cheiros. entra um monte de velhinhos esperando sentar em seus lugares reservados. esperando...
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entra menino de rua cheio de cola na cabeça, ameaçando a todos, espumando, praguejando... não consegue nada. salta e vai aterrorizar em outro ônibus.
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entra também o cara fedorento e senta do seu lado. e você, fresquinha pelo banho, não entende como uma criatura às 6:30 não tem olfato para perceber isso.
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tem estudante com farda de colégio de rico que joga um monte de coisa pela janela. e cospe também!
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tem homem que senta de perna aberta, toma muito mais que a metade do assento e nem ‘tchum’... e aí, você junta paciência e vai sentar em outro lugar.
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a janela do ônibus é um cinema, e dentro dele a vida passa que nem lá fora.
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*Obra: Rezende, Newton. Ônibus Rural , 1969 óleo sobre tela 80 x 80 cm.
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domingo, 29 de julho de 2007

chuva e sol

Catunda, Lêda. A Praia , 1990 pintura sobre madeira e areia 90 x 109,5 cm.
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Salvador é assim. chuva e sol. várias vezes por dia.
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eu sou assim. chuva e sol de uma hora pra outra.
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então nessa de querer ser sol me dei um sábado maravilhoso. programei uma coisa mas fiz outra. e que outra bem feita!
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peguei sol, comi peixe, peguei chuva... mergulhei muito no mar, muita paz na praia vazia. e nessa mistura de água de chuva e água de mar, quem me secava era um amigo.
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dar risada com os pés na areia é muito bom.
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obrigada Júnior, pelo dia lindo!

sábado, 28 de julho de 2007

dói

eu sei. e vai continuar doendo uns tempos.
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onde olhos não se cruzam, os "espaços" dão margem para dúvidas. onde diálogos são quebrados com um "enter", outras coisas se quebram também.
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sei que não dá para colar cristal. mas, mesmo colado, ele não perde a utilidade. lindas peças foram destruídas, basta um solavanco para acabar com tudo.
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cristais são lindos. mas são frios. gosto dos calores. e o carinho tudo aquece. e sem ele, tudo morno... isso não... por favor.
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por favor... se carinho me aquece, é que sou de carne que nem tantos... humana. e se permitires, a taça, mesmo quebrada, ainda quer lhe servir carinho em pequenas dozes.
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por favor.

uma boa noite

Gadêlha, Flávio. Restaurante Companhia , 2003 acrílica sobre tela 120 x 45 cm
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boas companhias, boa comida, boa bebida e...
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se sentir o centro de "uma atenção".

quinta-feira, 26 de julho de 2007

as desses dias

então, com qual tipo de expressão artística vocês mais se identificam?
- ARTE ERÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓTICA “thutcha” !!!!!! - grita um. (tchutcha é algo como teacher... eu heim!)
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Vítor, se você levantar mais uma vez, você vai expulso! - e ele levanta mais três, pula que nem pipoca entre as cadeiras, se arrasta que nem minhoca pelo chão da sala e enche um coleguinha de cascudos. ponho para fora. no dia seguinte outra professora age da mesma maneira. e a coordenadora que cobriu uma outra professora também. explicação dele para tal comportamento: ... e tem mais! não vou mais tomar remédio nenhum! a minha mãe manda, mas não quero mais não!! (ele é hiper ativo). ai ai meus sais!
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professora, na hora que Aleijadinho ‘inscupia’ a Pedra sabão, não espumava não?!?
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no meio da aula sobre Renascimento;
olha!! e isso é dentro da igreja!!! todo mundo nu!!!! uuu huuuuuuuu!
outra:
rolava suruba desde aquela época fulaninho!
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fessora, a senhora ( é bom pra manter o respeito!) é tãããão novinha! ... o que ?!? 30 anos?? quantas plásticas já fez?
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qual a diferença entre uma descrição e uma análise turma?
ôxi! uma descreve e a outra analisa fessora!
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mIninUs duzinfernos, tem horas!

terça-feira, 24 de julho de 2007

sobre adiamentos

amiga que vinha na quinta não sabe mais quando vem. resolveu não seguir a dica da ministra. está 'correndo as léguas' de Congonhas. (realmente não vou descascar aqui o assunto do caos, apesar de estar muito retada com isso).
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tenho observado meus pais envelhecerem. dá uma pontinha de medo. não é a velhice em si, que acho bela, mas por saber que é menos tempo que resta. (isso, a gente não pode adiar).
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vou morrer meio pintinho, acho. terrores infantis? bem, enquanto temos pais somos filhos. e por mais velha que esteja, me sentir órfã do amor deles... (suspiro) ...
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então, não adiemos nada, por isso.
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ah, e isso não são reflexões tristes, são reflexões de amor. amor.

domingo, 22 de julho de 2007

amizade é que nem peixe tenro

Martins, Aldemir. Peixe-gato , 1987 acrílica sobre tela, c.i.e. 35 x 85 cm
Reprodução Fotográfica Autoria Desconhecida.
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lá pelas 13:30 resolvi por o peixe no fogo (temperado de véspera). forro o fundo da panela com azeite de oliva, jogo os temperos cortadinhos e coloco as postas. deixo aferventar um pouco. coloco um pedacinho do tablete de caldo de camarão (ao invés do sal) e deixo cozinhar. quase pronto afogo tudo no leite de côco. deixo o centro da panela borbulhando por uns 5 minutinhos. desligo. deixo descansar.
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com o prato feito na frente da tv penso que apesar de ter ficado sozinha em casa num dia lindo de sol, no inverno, está tudo muito bem. ‘eu me basto’. escolhi ficar. queria fazer bem feito o que se acumulava. e fiz.
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vou repetir a receita do peixe na quinta. uma paulista muito especial adora e merece. aí sim. vou escolher sair muito de casa!
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vem logo Tati! amizade boa é sempre bem vinda. vem ver como o inverno daqui está lindo e perfumado como o leite do côco!

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eu e Tati na na praia. última primavera.

sábado, 21 de julho de 2007

s/ título

então acordo e vou abrir a porta para pegar o jornal na soleira. uma foto E-NOR-ME do ACM. sabia que seria assim (afinal, o jornal pertence ao seu "grupo"). ligo a tv. flashes em tooodos os intervalos comerciais mostrando a quantas anda seu funeral/enterro. desconfiaria que seria assim (a filiada daqui, da Globo, também pertence ao seu grupo!). tomo café e volto ao jornal. TODOS os cadernos só falam dele. vida, obra, ascensão e paixão. muito conteúdo para ser organizado em pouco tempo (...).
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quis saber do tempo, da política, da programação do cinema, da maré, do caderno de cultura, do caderno de esportes (Pan), do caderno de empregos, crônicas, do sexo dos anjos... nada. nada. só o ACM. quem pagou por um assinatura querendo notícia, hoje não encontrou.
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não vou discutir sobre ele, não quero. mas sabe, precisa falar muito depois do reclame do jornal?
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Bianchetti, Glenio. O Jornaleiro,

1959 linoleogravura 37,1 x 23 cm [mancha]; 43,3 x 31 cm [papel] Coleção do Artista.

inté.

*pessoas, cês poderiam se identificar no texto do comentário? ainda apanho do haloscan (o troço está "me" dizendo que todo mundo é anônimo). mas já já a gente se entende... rs. obrigada.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

vamos "brincar" de índio?!

PARTE III (e última)

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chegando do banho de rio (água friiia! mas quem estava se importando?) terminamos a oficina com modelagem em massa. foi tão legal percebê-los descobrindo o tridimensionalidade! a massa se transformou em tanta coisa que eles não podiam ter... mas em coisas belas que tinham por lá também. já era tardinha quando fomos ao galpão arrumar as mochilas. pernoitaríamos numa escola em Caramuru para participarmos de um toré! imagina!
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bem, carregamos a bendita Van e seguimos. eis que na meio do caminho paramos num mecânico, pois a nossa “querida amada idolatrada Van salve salve” chegou até lá passando só até a terceira marcha, coitada (gente, a lei de Murph reinou, né?). Van na oficina, turma na praça. eu, com minha barriga sem fundo, ‘funguei’ logo um cheirinho ma-ra-vi-lho-so de acarajé vindo do outro lado. resultado, a turma toda fazendo fila pra comer. afinal, vila de descendente indígena não tem um cardápio tão variado assim!
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comemos e nos sentamos na praça para esperar a nossa ‘Van’dala ficar pronta. passado um tempo sinto uma coceira na garganta, o nariz começa a corizar, entupir. espirro sem descanso. já dentro da Van tenho uma crise de tosse terrível. chegando a Caramuru já estava com o rosto todo inchado. eu tinha que deixar a turma em pânico, né? acho que foi o camarão. que medo. achei que ia ter um fechamento de glote alí mesmo. se não fosse uns goles (é, não usei aquele copinho não!) do meu anti-alérgico, teria virado pó alí mesmo. vixe Maria!
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perdi o toré, pois tomei o remédio e fiz de tudo para ficar quieta e melhorar. e melhorei. mas preferia ter semi-morrido. ninguém, eu disse ninguém, conseguiu dormir com a quantidade de muriçoca (pernilongo pro resto do país) que tinha por lá. nos enrolamos que nem charuto em lençóis para podermos passar a noite. a turma toda ria para não chorar. se respirássemos com a cabeça pra fora, entrava mosquito pela narina. sério!
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no dia seguinte “acordamos” cedo e seguimos para visitar algo como um sítio dentro de uma caverna. encontramos altares de adoração e objetos indígenas deixados por lá. era um lugar para rituais sagrados. nos foi proibido tirar fotos.
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na caminhada de volta pra ‘Van’dala descansamos numa represa para beber água, e pelo calor, paramos todos dentro dela! uma folia só. índio nu na água e tudo! a água era escura e fria. foi nossa folia de despedida.
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voltamos para a escola onde estávamos alojados para recarregar a Van. a despedida foi com gostinho de quero mais. e sabe, ficou claro que nossa presença lá fez muito a diferença. estávamos indo embora felizes por isso.
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a volta foi mais descomplicada que a ida. sempre é, não é assim? e uns dois meses depois o trabalho desenvolvido por lá virou uma nota dez (u hu!) no histórico acadêmico. valeu a pena. tomei uma surra de convivência, sobrevivência, humildade. eles merecem todo nosso respeito.
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(eu e o "cacique" da comunidade. acabados depois de um dia todo de oficinas e trabalhos)
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"valeu a pena ê ê. valeu a pena!"
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inté!
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*1, que coiso esse blogger! deixa o povo comentar em paz, ôu!
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*2, Lana, minha frô!! feliz aniversário! meu "rapibrôsdei" mais uma vez! luz, se é que te cabe mais!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

flores

em todos os “lugares” que visitei hoje encontrei muita tristeza. não queria ser repetitiva, mas sabe...
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também estou... muito triste.
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também preciso... colocar pra fora.
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também sou... de carne o osso.
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aos ausentes da desastre da Tam.
e aos seus familiares que agonizam em meio à necessidade de tantas explicações.

Krajcberg, Frans. Floração , 1968 Relevo em flores e madeira pintada
85 x 72 x 20 cm Coleção Gilberto Chateaubriand

segunda-feira, 16 de julho de 2007

barroca

Flexor. Abstração Barroca nº 2 , dia e mês desconhecidos 1949
óleo sobre tela, c.i.d. 130 x 95 cm Coleção Particular
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em dia que você parece que não quer funcionar é facinho dizer "não tive tempo" e coisa e tal. o ócio é troço esquisito.
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então, quanto mais coisa temos para fazer, parece que aparecem mais alternativas para a gente se organizar. chega ao fim do dia cansada. mas poder dizer sinceramente "fiz tudo!", isso não tem preço. sabe dever cumprido consigo mesma? é...!
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ando barroca. cheia! de um monte de coisa, no bom sentido. ando me contorcendo, acumulando informação. saturando minhas estruturas. mas... ah! como é bom!
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inté!

sábado, 14 de julho de 2007

a arte continua educando

achei isso aqui, (sendo que ela tirou de ), sem querer. e como estava falando de educação, arte, resiliência. bem...
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"Existe uma pseudo-assepsia nas teorias da educação. Não se pode bater nos meninos, nada de ralhar ou, mesmo, contrariá-los. Podem ficar traumatizados.
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Esta teoria é contestada pela observação de que a vida é traumática: não consta que as crianças nasçam a rir ou com um ar de satisfação. O que importa não é o trauma, mas o modo como cada um o supera e aprende com ele.
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De facto, não são os filhos da teoria atraumática que farão história. Pelo contrário, a história está cheia de grandes personagens que passaram uma infância difícil: pais alcoólicos ou ausentes, maus tratos e mau viver. A tudo resistiram e com as desgraças fizeram a sua grandeza.
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Um dos exemplos é Charlie Chaplin. Criado numa família desfeita, teve de trabalhar aos 5 anos, aos 9 anos perdeu o pai, e viu a mãe internada num sanatório, passando, depois, por orfanatos e ambientes pouco recomendáveis, onde construiu as principais ideias para os seus filmes. Esta capacidade de superar as adversidades chama-se resiliência.Os psicólogos têm estudado os factores relacionados com a resiliência. Saber adiar as recompensas, assumir responsabilidades sem culpar os outros pelas suas desgraças, desarmar os outros com o humor e a criatividade, manter a iniciativa, são factores importantes, ilustrados exaustivamente nos filmes de Chaplin.
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Mas um outro factor, menos visível, é constante nas pessoas resiliêntes: algures, seja lá onde for, há sempre alguém que acredita incondicionalmente nelas."
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J.L. Pio Abreu.
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(Dias, Antônio. Minha Boneca , 1963 colagem 25 x 19 cm

Coleção Gilberto Chateaubriand - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.)

inté.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

mar

indo trabalhar vejo pela janela do ônibus:



Wambach, Georges Mar de Olinda , 1957 aquarela sobre papel 16 x 24,5 cm
Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP) Reprodução fotográfica autoria desconhecida.

18 Km de mar, na ida e na volta.
vou me inspirando. volto descansando.
que presente!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

o que vou pintar?

arte, faz muita diferença. ser educado e ter a arte como instrumento para isso, é muito importante.

fico imaginando a vida sem "Ela"... não consigo. penso num mundo sem a música, sem o bailar dos corpos, sem a magia dos pincéis, sem o romantismo de um livro. endureço. sinto muito.

acredito que o mundo está precisando dessas sensibilidades. de coisas que façam tocar a alma. e arte, sem a alma aberta, não acontece.

a arte de hoje é reflexo (como sempre, desde sempre) da nossa realidade. as pessoas dizem que não a entendem. então, elas não se entendem. o homem da caverna pintava seus bizões em suas paredes porque era aquilo que ele encontrava fora dela. e hoje? o que vou pintar?

perguntei isso a quase 200 crianças. elas não souberam me responder, ou tiveram medo. não têm real noção do mundo onde estão crescendo, do qual não sabem o que, nem porque representar.

vamos ensinar arte às crianças. pessoas que sabem se expressar e analisar o que têm em volta podem contribuir muito mais do que aquelas que crescem na ignorância artística.

se o bloco de pedra duro e frio, lapidado se transforma em coisas belas, o homem pode ser talhado com muito mais delicadeza. é nessa hora que a arte vira instrumento. é ela que vai esculpir mentes mais flexíveis, mais analíticas e produtoras de algo muito mais explicável e compreensível do que a dureza do mundo que as crianças não são capazes de interpretar.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Quase lá.

sabe o telefonema de uns dias atrás?

uuuu huuuuu!

e me peguei sorrindo na rua hoje, pra todo mundo! engraçado, não estamos acostumados com isso...

fone no ouvido, cantando de tudo! estava com saudade de mim assim. que coisa mais gostosa!

:-)

domingo, 8 de julho de 2007

tô assim!

tá... se estou realmente de cabelo em pé, não estaria sorrindo que nem na foto. e não ando sorrindo muito não. a foto é mais antiga que os pepinos que estão me deixando assim.

é... tem umas coisinhas que a gente tem que aprender a conviver com elas. mesmo que não sejam agradáveis o tempo todo, não é?
deixa eu fazer uma homenagem aqui. atrasada, mas de todo coração:

pai, parabéns pela vitória. estou muito orgulhosa de sua força e fé. e mesmo que você diga que está velho e chato, eu digo que és uma árvore frondosa e que sua sombra ainda serve, e muito, para aconchegar suas crias. quem dera eu, de semente que sou, me transformar nesse exemplo de força que você é se chegar a sua idade.

(busto em argila de meu pai. Dani(ela), 2003).

axé.

sábado, 7 de julho de 2007

vamos "brincar" de índio?!

PARTE II
seguindo a história de onde parei:

chegamos, largamos as mochilas e donativos onde passaríamos essa noite e fomos a uma escola (indígena) oferecer uma palestra. subimos em algo que denominavam ônibus escolar: um veículo velho, lotado de gente, de sacos de farinha, galinha, pintinho, trouxas de roupa, caixa de papelão, e assentos duros, muito duros! preferíamos viajar em pé a sentados tomando sopapos nas partes baixas! as crianças fazem todos os dias um percurso de no máximo cinco quilômetros em uma hora e meia! a estrada é um caos, e o veículo para por minuto.

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(acreditem, quem não estava interessado na palestra, estava brincando de dar comida a sapo: amarra-se um pequeno besouro na ponta de um barbante pro bicho ir pulando atrás!)

a palestra foi sobre drogas, tema que nos foi solicitado. é... nem lá eles estão livres disso. o alcoolismo é um problema grave nessas comunidades. para eles foi interessante e esclarecedor, para nós, gratificante.
no caminho de volta (o mesmo suplício da ida) fomos convidados a observar um toré. momento de celebração especial para eles. estavam consternados (doentes, como chamam o luto) pela morte de um membro da comunidade. nesta noite dormimos num antigo galpão de secagem de sementes de cacau. sabe aqueles galpões enormes com teto móvel? pois é... rss rss. uma sinfonia de sapos e grilinhos se misturavam ao burburinho da turma inquieta olhando as estrelas pelos buraquinhos das telhas quebradas. fingi que dormi claustrofobicamente instalada num saco de dormir. afinal, assim nenhuma aranha caranguejeira se aninharia no meu cabelo!

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ah... ! a oficina de arte com os meninos na manhã seguinte foi meu momento mágico! a surpresa deles com o material e com as possibilidades de transpor o que viam para o papel de maneiras diferentes, a briga pelo material, que foi pouco, a importância que davam a minhas informações, a timidez de uns, a agonia de outros, que experiência! me misturei a eles... era uma criança ali. todos deitados no chão, nadando pelo material espalhado pelo galpão!

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terminamos o dia com um banho de rio. lá, eles têm chuveiro, mas mal fazem uso. água quente? pra que? vai coar café?!?

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“e o que são mesmo esses pontinhos pretos em você?" - perguntou uma colega à outra. car-ra-paaaa-toooo minha filha!? é... vida selvagem tem dessas coisas! era um tal de se vasculhar... catar o bichinho em cada lugar que vocês duvidariam!!!

ainda tem mais um dia e meio de aventura. sim! mas só no próximo capítulo.

inté!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

ansiosa


é impossível me dominar. basta uma pontinha de esperança para eu disparar em rezas e pensamentos positivos.

sei mesmo que tudo tem sua hora. mas... pôxa, as minhas as vezes demoram!

que o telefonema de ontem se realize. é(ra) a injeção de ânimo que eu estava precisando!

com mil carambolas maduras! que o mundo conspire a meu favor!

inté.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

vamos "brincar" de índio?!

PARTE I
jantei e sentei aqui determinada a fazer uma faxina no micro. fui procurar uns CDs para me certificar do que já tinha neles. e trombei com isso aqui:



tirei a foto (juro!), por causa da cor. um verde oliva muito bonito! e só a natureza (nem que seja digerida rss) para fabricar cores assim tão “únicas”!

a foto foi tirada na Comunidade de Água Vermelha, remanescente de descendentes índios Pataxó Hã hã hãe, perto da cidade de Pau Brasil, sul da Bahia. foi uma aventura maravilhosa!

em 2004 resolvi fazer uma disciplina que se chama ACC, Atividade Curricular em Comunidade: a universidade investe em você e você na comunidade. então vamos lá!!



(eu tinha que ficar atrás do banco?!)

mochila entulhada de coisas que achei que iria precisar. de barrinha de cereal a repelente. cestas básicas, livros, donativos e nós, uns 16 estudantes, so-ca-dos com mais o motorista, professora e a ‘mochilinha’ de cada um numa mine Van que só caberiam 8. viagem de seis horas feita em... ai, num lembro... cerca de 10. câimbra, fome, aperto, estrada escura e muita piada pelo caminho. tudo pra esquecer o suplício do aperto (meu Deus, como eu tive coragem?!). ri tanto da situação que passei mal. a Van teve que parar por minha causa. amei, ?

tudo indo, até que o asfalto acaba. e as piadas acabam, e os lanches acabam. e a força da Van também. desce, empurra, atola. a estrada era no meio do nada. mão e contra mão em beira de desfiladeiro, onde mal dava pra passar uma moto! tudo bem, a gente se atola mas desatola o carro. afinal, vamos fazer um trabalho voluntário. fé minha gente!

dia amanhecendo, destino chegando. a calmaria do lugar era linda e assustadora. fotos, apresentações. apesar de tudo, chegar foi uma delícia. e a ansiedade movia toda a turma. mesmo acabados, mal dormidos, esfomeados, sujos até os cílios de lama, desarrumamos a Van para colocar em prática o planejamento de todo um semestre.




eles não vivem em ocas não. e estávamos lá para de alguma maneira tentar ajudar a ressuscitar o que restava-lhes de identidade indígena. e fomos nós mesmos que um dia lhes tiramos.

o desenvolvimento dos trabalhos foi lindo. mas aí, conto na parte II!
até, Dani(ela).
* pidaiti: ô seu Blogger, deixa o povo fazer comentário, por gentileza?! EU também gostaria de acessa-los sem perder tanto a paciência, se não for pedir muito, tá?

quarta-feira, 4 de julho de 2007

...assim.

Costi, Rochelle
I'm in Love With My Heart , 1991 pastilha cerâmica, fotografia, goma arábica e sangue 75 x 105 cm Reprodução fotográfica Rochelle Costi.

... e tem dias que você acha que seu coração está tão pequenininho que não vai agüentar. e que as pálpebras fazem tanta força para a lágrima não rolar, que lá mesmo ela seca.

... e você se olha no espelho e pergunta se está satisfeita. mas tem medo da própria resposta.

olho o cabelo, os olhos, procuro rugas que ainda não tenho. mas conto trinta anos e não conto mais nada. não quero contar o que não achei em meus olhos.

tem um preceito cristão que procuro seguir da melhor maneira possível: “ não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você.” e estão deixando meu coração pequenininho. e eu estou pequenininha porque acho que sou eu quem deixo que isso aconteça.

ah, mas tem uma coisa. meu coração é reziliente. o danado é macio que só vendo. absorve pancada que é uma beleza. dá até para ouvir o barulho, mas depois... depois passa, viu?

tô sarando.

Dani(ela).

terça-feira, 3 de julho de 2007

Eu sou artesã TAMBÉM.

confundem arte e artesanato. confundem ainda artesanato com arte popular. as duas últimas definições estão muito perto na fisiologia da produção. para esclarecer suas diferenças seria necessária uma investigação dos fins comerciais e sociais de cada um. e isso é difícil até para estudiosos.

mas a arte... ah, me atrevo a dizer que ninguém conseguiu ainda amarrar num conceito por mais extenso que seja uma explicação sensível e acadêmica, eficaz por assim dizer, do que ela seja!

o Wikipédia define assim. bem, eu tenho uma explicação pessoal que gosto muito. não diz exatamente o que é arte, mas explica o artista: é um mediador entre o mundo que lhe cerca (real e ideal) e seu objeto de arte (seja qual for sua produção). seu objeto artístico é fim de toda uma leitura do mundo exterior resumido e filtrado. a arte é um processo e o objeto de arte é o fim deste.

poderia escrever páginas sobre tudo isso. mas queria fazer essa distinção antes de mostrar que sou artista de mim, mas sou artesã também!

(com "cachinho de flor". essa é bordada na gola)

(barra bordada com miçangas)


(aqui na baby look o bordado é nas mangas)
há versões em outros modelos, cores, estampas e aplicações.

gostou? fala comigo!

Dani(ela).

domingo, 1 de julho de 2007

Ontem eu tinha um blog


...e hoje eu não tinha mais...

fiz uma postagem tão especial ontem! por ser a primeira, por ser no dia do aniversário da minha mãe tão querida (mãe, eu sou sua obra imperfeita que mais te admira, viu?! parabéns!!). seu título era "Isso morde", numa alusão a minha insegurança por estar num mundo novo, tateando num modo de expressão que não o carvão, tinta, linhas e papel coloridos, tecidos, imagens... mas o blog se perdeu, ou eu o perdi. tropeço de principiante rs.

esta arte aqui, de escrever "não manuscrito" é nova pra mim. e tudo que é novo é meio desafio. por outro lado, toda obra merece uma exposição. e aqui, agora, é minha galeria.

sejam bem vindos! vou tentar colorir por aqui o que não posso em outros espaços. vou ser aqui, artista de mim mesma! sim, porque tudo que sai da alma numa expressão forte e verdadeira é obra de arte sim!

*1, repetindo: obrigada , pelo empurrãozinho!
*2, imagem: obra de março de 2006.
Dani(ela)


valeu por vir até aqui.
adoro presenças...
faça contato!

 
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