ARTISTA DE MIM

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sábado, 7 de julho de 2007

vamos "brincar" de índio?!

PARTE II
seguindo a história de onde parei:

chegamos, largamos as mochilas e donativos onde passaríamos essa noite e fomos a uma escola (indígena) oferecer uma palestra. subimos em algo que denominavam ônibus escolar: um veículo velho, lotado de gente, de sacos de farinha, galinha, pintinho, trouxas de roupa, caixa de papelão, e assentos duros, muito duros! preferíamos viajar em pé a sentados tomando sopapos nas partes baixas! as crianças fazem todos os dias um percurso de no máximo cinco quilômetros em uma hora e meia! a estrada é um caos, e o veículo para por minuto.

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(acreditem, quem não estava interessado na palestra, estava brincando de dar comida a sapo: amarra-se um pequeno besouro na ponta de um barbante pro bicho ir pulando atrás!)

a palestra foi sobre drogas, tema que nos foi solicitado. é... nem lá eles estão livres disso. o alcoolismo é um problema grave nessas comunidades. para eles foi interessante e esclarecedor, para nós, gratificante.
no caminho de volta (o mesmo suplício da ida) fomos convidados a observar um toré. momento de celebração especial para eles. estavam consternados (doentes, como chamam o luto) pela morte de um membro da comunidade. nesta noite dormimos num antigo galpão de secagem de sementes de cacau. sabe aqueles galpões enormes com teto móvel? pois é... rss rss. uma sinfonia de sapos e grilinhos se misturavam ao burburinho da turma inquieta olhando as estrelas pelos buraquinhos das telhas quebradas. fingi que dormi claustrofobicamente instalada num saco de dormir. afinal, assim nenhuma aranha caranguejeira se aninharia no meu cabelo!

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ah... ! a oficina de arte com os meninos na manhã seguinte foi meu momento mágico! a surpresa deles com o material e com as possibilidades de transpor o que viam para o papel de maneiras diferentes, a briga pelo material, que foi pouco, a importância que davam a minhas informações, a timidez de uns, a agonia de outros, que experiência! me misturei a eles... era uma criança ali. todos deitados no chão, nadando pelo material espalhado pelo galpão!

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terminamos o dia com um banho de rio. lá, eles têm chuveiro, mas mal fazem uso. água quente? pra que? vai coar café?!?

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“e o que são mesmo esses pontinhos pretos em você?" - perguntou uma colega à outra. car-ra-paaaa-toooo minha filha!? é... vida selvagem tem dessas coisas! era um tal de se vasculhar... catar o bichinho em cada lugar que vocês duvidariam!!!

ainda tem mais um dia e meio de aventura. sim! mas só no próximo capítulo.

inté!

valeu por vir até aqui.
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